Auxílio Alimentação dos servidores municipais de Santa Maria perdeu 47,5% do poder de compra em 8 anos

Estudo encomendado pelo Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria ao professor Ricardo Rondinel, economista Professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Maria, comprova o que a gôndola dos supermercados já demonstrava: o valor do auxílio alimentação pago pela Prefeitura Municipal ao seus funcionários se esvai a cada dia.

O último reajuste no benefício aconteceu em junho de 2014, retroativo a março do mesmo ano, ainda no governo de Cézar Schirmer. Nos últimos oito anos, seis dos quais sob gestão de Jorge Pozzobom, nem um real foi acrescentado. Com isso, a perda real, segundo a análise do professor Rondinel, chega a 47,5%. Considerando a variação dos preços dos alimentos nos domicílios calculados pelo INPC (índice Nacional de Preços ao Consumidor, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), para retomar o poder de compra daquela data, o valor deveria ser de R$ 642,05, representando um reajuste de 113,25%. O auxílio alimentação atualmente recebido está em R$ 301,08.

Ao Sinprosm, Pozzobom garantiu que haveria reajuste no auxílio alimentação em um futuro próximo. Em 3 de junho, sob questionamento dos coordenadores sindicais, deu um prazo para que o índice do reajuste fosse apresentado. “A data era julho. Já estamos na segunda semana de agosto e não temos nenhuma posição do prefeito ou de alguém do governo. Enquanto isso, os preços só sobem. O auxílio hoje paga 10 reais por dia, uma vergonha”, lembra a coordenadora de Organização e Patrimônio, Juliana Moreira.

A situação, entende o coordenador de Comunicação e Formação Sindical do Sinprosm, Rafael Torres, demonstra o perfil do governo do prefeito Jorge Pozzobom na relação com o servidor, e principalmente, com os professores. “Além de não cumprir a Lei do Piso no salário e na hora-atividade, simplesmente ignora essa perda imensa a todos os servidores. Esse dinheiro vai para a cidade, nos mercados e comércio local. São oito anos, não existe explicação razoável para esse absurdo”, destaca.