Cartão Vermelho: Em assembleia pública, professores municipais decidem por indicativo de greve

Categoria decide aumentar a pressão sobre a prefeitura na negociação do reajuste salarial
Nesta sexta-feira, 13 de junho, cerca de 500 pessoas, entre professores da Rede Municipal de Ensino, apoiadores, representantes sindicais e lideranças políticas, participaram do ato organizado pelo Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm), que culminou com uma assembleia pública em frente à Prefeitura. A mobilização faz parte da paralisação de 24 horas decidida em assembleia geral da categoria no final de maio.
Estiveram presentes no ato representantes de diversos sindicatos e movimentos, como o Movimento dos Municipários em Luta, Sindicato dos Municipários, CPERS, Sedufsm, DCE-UFSM, entre outros. A atividade também contou com o apoio de lideranças políticas, como o deputado estadual Valdeci Oliveira e os vereadores Prof. Luiz Fernando, Helen Cabral, Sidnei Cardoso, Alice Carvalho e Valdir Oliveira.
A adesão ao movimento foi massiva: apenas 4 das 86 escolas da Rede Municipal de Ensino não paralisaram suas atividades, demonstrando a força e unidade da categoria diante do cenário de descaso do governo municipal com a educação pública.
A atividade começou pela manhã na Praça Saldanha Marinho, onde os manifestantes se reuniram com cartazes, faixas e palavras de ordem cobrando melhores condições de trabalho, reposição salarial conforme o Piso Nacional do Magistério e posicionamento do governo municipal sobre a reforma da Previdência local. De lá, o grupo seguiu em caminhada até o Centro Administrativo, onde foi realizada a assembleia pública.
Durante a assembleia, foi aprovada uma ação coletiva por meio de pressão política, com envio de e-mails aos deputados estaduais e federais para tentar barrar a votação da PEC 66, que altera as regras dos Regimes Próprios de Previdência Social no país.
Três propostas de encaminhamento para a sequência do movimento foram apresentadas e debatidas: a adoção da “Operação Tartaruga”, com paralisações parciais e pontuais nas escolas; a deflagração imediata de greve; e um indicativo de greve para o dia 4 de agosto, caso a Prefeitura não abra negociação sobre o reajuste salarial conforme determina a legislação federal. Por ampla maioria, a terceira proposta, apresentada pelo Sinprosm, foi aprovada.
INDICATIVO DE GREVE
Até o início de agosto, o Sinprosm realizará plenárias regionais em todas as regiões da cidade, dialogando com as comunidades escolares e avaliando o andamento das negociações. A categoria permanece em estado de greve e reforça: se até lá o Executivo não abrir diálogo e apresentar proposta concreta, o ano letivo pode não ser retomado no segundo semestre.
A coordenadora de Formação Sindical e Comunicação do Sinprosm, professora Celma Pietczak, destacou a importância da ampla participação da categoria nesta quinta-feira. “Ficamos muito felizes com a adesão à paralisação e com a força demonstrada neste ato. A categoria deu um recado claro: não vai aceitar o descaso com a educação pública e com os direitos dos professores. O indicativo de greve está lançado, e a responsabilidade agora está nas mãos da Prefeitura. Seguiremos mobilizados, debatendo com a base e buscando, até o limite, a via do diálogo.”
O Sinprosm reforça que a luta pela valorização da educação pública e dos seus profissionais é permanente — e que os próximos passos dependerão diretamente da abertura (ou não) de negociação concreta por parte da gestão municipal.
Azar mesmo é ter um governo péssimo!
O QUE É INDICATIVO DE GREVE?
O indicativo de greve é uma forma de alertar que a categoria de trabalhadores está disposta a mobilizar-se e a lutar por seus direitos, geralmente com o objetivo de reivindicar melhorias salariais ou de condições de trabalho. É um passo prévio à greve propriamente dita, onde se estabelece uma data mínima para o início da paralisação, mas a decisão final não é definitiva e pode ser alterada dependendo da conjuntura.
Texto e fotos: Rodrigo Ricordi/Assessoria Sinprosm