Comissão criada pela Prefeitura estuda adesão ao IPE ou criação de plano próprio

Embora uma solução concreta ainda não exista, Schirmer admite que é preciso fazer algo

Já são mais de três meses de peregrinação do Sinprosm entre os órgãos que têm algum vínculo com o caso dos planos de saúde dos servidores municipais – desde a Unimed, que é o único plano privado na cidade, até o prefeito Cezar Schirmer. Ainda que o prefeito tenha dito anteriormente a alguns veículos de comunicação que não aumentaria o repasse patronal para o pagamento da fatura, tivemos um avanço, pelo menos no que diz respeito à postura e à vontade de resolver a situação: durante a reunião com o sindicato, no dia 9 de janeiro, Schirmer disse que “a situação não vai ficar como está”. O secretário Carlos Brasil Pippi Brisola, da pasta de Coordenação e Desenvolvimento Institucional, foi delegado pelo chefe do executivo, então, a buscar alternativas para os servidores.

Até agora, duas reuniões já foram realizadas com a presença do secretário, além da diretoria do Instituto de Previdência e Assistência à Saúde dos Servidores Públicos Municipais – IPASSP-SM, da Secretaria de Município de Saúde e dos vereadores Martha Zanella e Manoel Badke. Dentre todas as reuniões sobre os planos de saúde realizadas pelo sindicato até agora, o Diretor Geral do IPASSP Gilmar José Kumpfer Werlang disse que essa “foi a ocasião que reuniu um número maior de entidades dispostas a solucionar a situação”.
As reuniões resultaram em duas alternativas: a inclusão dos segurados pelo IPASSP no plano de saúde do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul – IPERGS ou a organização de um plano de saúde municipal, gerido pelo poder público. A primeira opção, do IPE, é considerada o “plano A” pelo secretário Pippi Brisola. A concretização, entretanto, depende de fatores externos à vontade da Prefeitura de Santa Maria: são cerca de 80 municípios do estado na buscando a cobertura de seus servidores no plano – e Santa Maria é uma delas. A decisão de aceitar novos municípios depende do Conselho Deliberativo da Instituição. Há ainda a incerteza quanto às decisões do IPE, já que a cúpula troca junto com o novo governo do estado. Em favor de Santa Maria está o fato de que o plano busca cidades grandes, que comumente geram um saldo positivo nas contas do instituto – ao contrário da maioria das outras cidades, que, por terem uma população menor, costumam dar prejuízo.

A organização de um plano auto-gestionado – isto é, que não dependa de uma empresa que preste esse serviço, que atualmente é gerido pela Unimed – é considerada a segunda alternativa. Esbarra em dois impedimentos: a demora para constituir um plano da estaca zero e a necessidade de um instituto que desempenhe exclusivamente essa função. O IPASSP – conforme noticiamos na edição anterior do Primeira Classe – já sofre com a sobrecarga de atribuições para um pessoal reduzido. A comissão estuda visitar, nos próximos meses, cidades que já têm esse tipo de seguro de saúde, como Passo Fundo e Novo Hamburgo.

 

* Reportagem publicada no jornal Primeira Classe (periódico mensal do Sinprosm) em fevereiro de 2015.

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