Diário de SM: Escola do distrito de Palma é interditada por problemas estruturais
A Escola Municipal Major Tancredo Penna de Moraes, que atende odistrito de Palma, foi interditada na quinta-feira (16) devido a rachaduras nas paredes e piso cedendo. O refeitório, duas salas de aulas, sala de educação infantil e as salas dos professores são os locais que estão em estado mais crítico.
Autoridades e comunidade escolar se reuniram, na quinta-feira (23), para buscar respostas em função da volta do ano letivo, que já começou. A alternativa é realocar os alunos para o salão paroquial da comunidade, até que outras alternativas sejam discutidas.
Construída há 50 anos, a escola precisa de melhorias desde o início da pandemia, em 2020. Já em condições preocupantes, um pedido de reforma para manutenção de sua estrutura foi feito na metade de 2022 à prefeitura. A vistoria técnica foi realizada, e os órgãos públicos concordaram com a necessidade de melhorias. Ainda assim, a instituição de ensino foi autorizada a continuar as atividades, pois não existia risco à segurança. Enquanto as aulas continuavam, a comunidade aguardava sair a licitação para escolher a empresa que iria fazer a obra.
No início de 2023, a situação é outra, e ainda mais grave. Com a falta de chuva, os problemas estruturais já existentes se intensificaram, sendo mais um dos reflexos da estiagem. Em fevereiro deste ano, a escola comunicou a situação à prefeitura, e passou por nova vistoria. Dessa vez, o prédio foi interditado, e o início do ano letivo para 130 alunos vai começar atrasado.
Busca por alternativa
Durante a reunião de quinta-feira, com a equipe escolar, pais e representantes da Secretaria Municipal de Educação, ficou estabelecido que os alunos assistirão às aulas, durante 30 dias, no Salão Paroquial Santa Terezinha, localizado a cerca de 4 quilômetros da escola. O transporte escolar continua normal para todos os alunos.
Conforme a vice-diretora da Escola Tancredo de Moraes, Franciele Druzian, em princípio, o retorno às aulas ocorrerá na próxima quarta-feira (1º de março), mas primeiro é necessário apresentar um plano de ensino para a avaliação da secretaria:
– A proposta de trabalho é um pouco diferenciada, porque o salão é um espaço aberto, não tem a divisão das salas de aula. O grupo de professores já está reunido para planejarmos essa proposta e vamos encaminhar para a secretaria para avaliação. Após esse retorno, iniciaremos o trabalho da Educação Infantil ao 9º ano no salão – informa Franciele.
A alternativa do salão é uma medida de curto prazo. A Secretaria de Educação informa que, em um segundo momento, será alugado um prédio para servir de sede temporária da escola de Palma:
“O espaço passará por adequações para receber as atividades escolares. As tratativas já iniciaram e, assim que for definido, divulgaremos o local. Em um terceiro momento, o projeto de construção de uma nova edificação será realizado pelo setor responsável da prefeitura. O laudo estrutural apontou patologias graves nas edificações e risco de colapso do prédio, portanto o documento produzido pela Secretaria de Elaboração de Projetos e Captação de Recursos (SEP/Secap) sugere a interdição“.
Para a diretora Franciele Druzian, a situação é um desafio para a comunidade escolar e a Secretaria de Educação.
– A gente está fazendo o possível para minimizar os danos aos alunos. Porém, não depende só de nós. Entendemos a comunidade, mas prezaremos pela segurança de todos neste momento – afirma a vice-diretora.
Resposta do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria
O Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm) está acompanhando a situação das escolas da cidade e enviou uma nota, em relação ao caso da Escola Major Penna. Confira na íntegra:
O Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria tem acompanhado a busca da direção e corpo docente da EMEF Major Tancredo Penna de Moraes, na localidade da Palma, por soluções para a precariedade do prédio. Infelizmente esta é mais uma escola que precisará ser transferida para outro espaço, demolida e reconstruída, em prazo ainda incerto. O ano letivo começará com atraso.
Diante dos riscos a que estavam expostos os 180 alunos, professores e funcionários, estes são problemas menores. Da mesma forma que o ocorrido recentemente com a EMEI Luizinho de Grandi, a solução por parte da Prefeitura Municipal chega após sucessivas solicitações de vistoria e acompanhamento, sem que nada ou pouco seja feito para evitar. As rachaduras nas paredes e teto pioraram nos últimos dois anos, a ponto de não restarem opções a não ser a demolição.
Será que toda essa situação poderia ser evitada ou existem outras escolas na fila na inação?
As escolas rurais exercem papel fundamental na manutenção das famílias no campo. Pelas informações passadas pela Smed na reunião com a comunidade escolar na tarde desta quinta-feira (23), há o entendimento de que a EMEF Major Tancredo deve continuar funcionando a pleno, em um espaço na própria região. Este trâmite, encaminhado com presteza pela própria direção, deve levar aproximadamente 45 dias.
Espera-se que, passado este momento inicial de incerteza, seja encaminhada com agilidade a construção de um novo prédio. A mobilização da comunidade escolar no encontro realizado no salão da Capela Santa Terezinha (espaço onde a escola funcionará provisoriamente pelas próprias semanas) demonstra que não serão aceitos retrocessos.