Levantamento parcial do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria, em que participaram 72 das 87 escolas da rede municipal, aponta a falta atual de 54 professores regentes e 140 professores de hora-atividade, totalizando a necessidade de mais 194 docentes em sala de aula nas diferentes etapas e modalidades do ensino.

Considera-se professores regentes os professores que atuam como unidocentes, tanto na educação infantil quanto em turmas de anos iniciais, e também os que ministram disciplinas curriculares nos anos finais. Já professores de hora-atividade são os que compõe os horários de cumprimento das atividades extraclasse dos professores regentes que, segundo a Lei do Piso Nacional dos Professores, deve ser de um terço da jornada de trabalho. “Temos visto colegas perdendo o seu tempo de planejamento pela falta de professores nas escolas. Isso significa que temos um retrocesso na garantia deste direito da categoria”, avalia a coordenadora de Organização e Patrimônio, Juliana Moreira.

EDUCAÇÃO INFANTIL

No mesmo formulário, enviado às escolas na segunda-feira (17), a coordenação sindical questionou sobre a demanda por estagiários nas turmas de educação infantil. Segundo as direções, para serem cumpridas as resoluções que regem a educação infantil, seriam necessárias mais 232 pessoas. Este número não considera a falta de monitores, cujo levantamento será realizado posteriormente.

Os estagiários atuam em apoio a professores nas turmas de educação infantil, sendo obrigatória a sua presença para o atendimento às crianças. Segundo a Resolução 47/2022 do Conselho Municipal de Educação, as turmas de Berçários I e II necessitam de pelo menos um estagiário para turmas acima de sete crianças e dois estagiários entre sete e 12 crianças. O mesmo ocorre nos Maternais I (um estagiário até 10 crianças e dois entre 11 e 18) e II (um estagiário até 12 crianças e dois de 13 a 20 crianças). Na pré-escola, a capacidade da turma se reduz sem apoio ao professor, já que tanto Pré A quanto Pré B precisam de um estagiário volante para turmas com até 20 crianças e um permanente entre 21 e 25 alunos. Sem o atendimento destes requisitos, algumas escolas estão reduzindo turmas ou não atendendo integralmente a etapa creche.

Na falta de estagiários, muitas vezes direções e coordenações pedagógicas se deslocam de suas funções para apoiar os professores titulares das turmas. Com isso, toda a equipe pedagógica se sobrecarrega e as funções administrativas das escolas ficam em segundo plano.

Os dados parciais, destaca a coordenadora Celma Pietczak, retratam a dura realidade das escolas municipais. “Enquanto sindicato, nos preocupamos com a sobrecarga dos professores em sala de aula e das direções frente à essa situação crítica, mas também com os seus reflexos no ensino e aprendizagem dos alunos. Toda a educação de Santa Maria perde”, reflete.