Reprodução de reportagem da jornalista Maria Júlia Corrêa do Grupo Diário, publicada em 05/06/2025. Clique aqui para acesar o texto original.

Mais uma vez, criminosos estão tentando aplicar golpes em servidores ativos e já aposentados vinculados ao Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm). O conteúdo das mensagens envolve suposto valores a receber de um processo judicial. Segundo o assessor jurídico do sindicato, Giorgio Forgiarini, é necessário redobrar a atenção e registrar um boletim de ocorrência nesses casos.

– Diversos escritórios de advocacia entram em contato com repartições públicas, no geral, alcançando procurações e oferecendo que os servidores entrem com processos reais, para receberem uma quantia no futuro. Existem processos que estão em andamento na Justiça, mas o servidor acaba esquecendo do andamento deles. A partir disso, golpistas acessam os processos judiciais e pegam dados pessoais dos envolvidos e iniciam os contatos, se passando por advogados reais.

Além desses dados, os golpistas criam perfis em aplicativos de mensagens, usam fotos de escritórios ou até do próprio assessor jurídico, com o objetivo de passar “credibilidade” nas abordagens. A partir de então, os contatos com os possíveis alvos iniciam.

– Eles mandam mensagens para servidores já aposentados ou ainda ativos, informando que há valores para serem liberados, referentes a processos que estão em andamento. Eles condicionam o recebimento desses valores somente após um depósito que deve ser feito pelo cidadão. Desavisado, o cidadão realiza essa transferência, porém se trata de um golpe – diz o advogado.

De acordo com Forgiarini, a grande maioria consegue “desconfiar” do contato, principalmente por causa da ortografia. Porém, outra parcela não teria percebido e, consequentemente, caído no golpe. O assessor jurídico relata que há o registro de pelo menos seis vítimas. Uma delas, inclusive, teria realizado uma transferência bancária de cerca de R$ 8 mil.

Questionado sobre a possibilidade de a vítima conseguir resgatar a quantia enviada, o advogado considera esse processo difícil, pois os números usados para a aplicação das fraudes são considerados “difíceis de serem rastreados”.

Para realizar o boletim de ocorrência, a vítima pode recorrer à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Santa Maria ou por meio da Delegacia de Polícia Online (clique aqui).

– Recomendamos que o servidor faça um boletim de ocorrência sempre que constatar esse tipo de prática. Assim, a Polícia Civil pode investigar e descobrir quem está tentando aplicar esses golpes – reforça o assessor jurídico – orienta Forgiarini.

Em maio, o Diário mostrou que criminosos usaram até mesmo o nome do assessor jurídico do Sinprosm para tentar aplicar golpes nos associados.

Como se prevenir
O advogado Giorgio Forgiarini conta que as tentativas de golpe têm ocorrido com uma “frequência cada vez maior”. Por isso, é necessário redobrar o cuidado ao receber mensagens ou qualquer contato via WhatsApp. Confira:

1. Ter um controle, mesmo que mínimo, sobre o andamento de seus processos: número do processo, como está tramitando, além do advogado responsável;
2. Contato com o advogado: saber o nome do profissional que está com o processo e o seu contato (telefone e endereço), para diferenciar quando um número diferente fizer qualquer tipo de abordagem;
3. Jamais fornecer dados: não passar dados bancários, muito menos realizar transferências após o pedido de um desconhecido, principalmente pelo WhatsApp;
4. Em caso de dúvidas, entre em contato com o sindicato: se receber qualquer abordagem de um perfil que use a foto ou o nome do assessor jurídico e ficar desconfiado, entre em contato com o sindicato para confirmar de quem se trata;
5. Sempre fazer o registro do boletim de ocorrência: ao perceber que se trata de um  tentativa de fraude, faça prints das abordagens e procure a polícia.