Professores Municipais aprovam paralisações progressivas a partir de 6 de agosto

Com grande adesão da categoria, o Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm) realizou, na tarde desta quinta-feira (24), uma Assembleia Extraordinária no Clube Comercial. O encontro reuniu mais de 240 professores e professoras da rede municipal de ensino e marcou um importante momento de mobilização da categoria diante do cenário de descaso por parte da administração municipal.
A Assembleia seguiu uma pauta ampla e estratégica. Iniciou com informes sobre temas urgentes, como tentativas de golpe contra servidores, a realização do Seminário Educação em Foco do Sindicato e o novo aplicativo da entidade. Em seguida, a coordenadora Marta Hammel apresentou relatos das plenárias regionais e abordou as reformas previdenciária e administrativa que tramitam sem diálogo com os trabalhadores. A coordenadora Juliana Moreira também fez uma explanação detalhada sobre a situação crítica da rede municipal de ensino, especialmente no que diz respeito à falta de profissionais nas escolas.
Durante a Assembleia, a coordenadora Deise da Silva apresentou o resultado do levantamento realizado pelo Sinprosm ao longo da semana com 54 escolas da cidade. Os dados são alarmantes: 70% das escolas relataram não ter recebido qualquer visita da SMED para avaliação de suas necessidades; 57% não possuem agente administrativo.
Faltam atualmente:
• 14 professores regentes
• 85 professores de hora-atividade
• 126 estagiários
• 132 monitores
• 20 educadores especiais
DELIBERAÇÃO
Diante desse cenário, e após amplo debate com a categoria, a proposta aprovada foi a de paralisações semanais progressivas, com início no dia 6 de agosto, quarta-feira. A paralisação começará com um dia na primeira semana, e aumentará gradativamente caso não haja resposta efetiva da Prefeitura. A cada semana, mais um dia será incorporado ao movimento. Será agendada uma nova assembleia para a avaliação do andamento da negociação.
Cronograma:
1° paralisação – 06/08 (qua)
2° paralisação – 11 e 12/8 (seg e ter)
3° paralisação – 20,21,22/8 (qua,qui,sex)
4° paralisação- 25 a 29/08 (seg a sex)
“A decisão pela paralisação progressiva mostra a maturidade e o compromisso da nossa categoria com a educação pública. Os professores estão dizendo com clareza que não aceitarão o abandono das escolas e a desvalorização do seu trabalho. Não estamos apenas reivindicando salários; estamos exigindo condições dignas para ensinar e para garantir o direito à aprendizagem de nossas crianças e jovens. O governo precisa entender que diálogo se faz com ações concretas, não com propaganda”, afirma a coordenadora de Comunicação e Formação Sindical do Sinprosm, Celma Pietczak.
A decisão da categoria reforça que a luta não é apenas por reajuste salarial – direito garantido por lei –, mas também por melhores condições de trabalho e respeito à educação pública. A ausência de diálogo e de iniciativas concretas por parte da Prefeitura levou os professores e professoras a adotarem medidas firmes.
O Sinprosm reforça que a mobilização é legítima, necessária e busca garantir uma educação de qualidade para todas e todos.
Texto Rodrigo Ricordi/Assessoria de Comunicação do Sinprosm