Diário de SM: Município convoca 45 professores; Sinprosm afirma que o sistema da Prefeitura é ultrapassado

Em edital publicado neste final de semana, 45 professores foram convocados para atuar na rede municipal de Santa Maria. Desde o início do ano, 18 professores haviam sido nomeados para as vagas de disciplina de ciência, mas apenas 5 aceitaram o cargo e estão atuando. Nesta segunda, 16 já foram efetivados para começar a trabalhar imediatamente, e serão alocados conforme demanda emergencial das escolas.

Em entrevista à CDN na tarde desta segunda, a secretária de Educação, Lúcia Madruga, negou que haja turmas sem aula na cidade, em decorrência da falta de professores:

– Sem aula não deve ter nenhuma turma, porque essas demandas que estamos suprindo vem acontecendo ao longo do processo, e quando um professor se afasta, de imediato a escola tenta resolver de alguma forma até que venha alguém – explica a secretária.

Ainda segundo a secretária, a expectativa da prefeitura é que um novo edital de contratação, que englobará também outras profissões além dos professores, seja aberto ainda neste ano para suprir a demanda e não gerar uma “descontinuidade de suprimento” de professores.

O QUE DIZ O SINPROSM

Também em entrevista à CDN, o coordenador de comunicação do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm), Rafael Torres, afirmou que existem escolas sem professores na cidade, algumas desde o início do semestre letivo, iniciado há três meses. Como exemplo, citou o caso da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) João da Maia Braga, que estaria sem professor na turma de pré-escola.

– Nós recebemos notícias de que os pais foram ao Ministério Público, e que se organizaram para que pudesse ter professores em sala de aula. Então, uma vez juntando a escola com as famílias, a gente consegue melhores resultados para tentar suprir essa demanda.

Ainda, o Sinprosm apontou que uma das causas da demora de novas contratações seria a defasagem do sistema de controle das demandas das escolas do município. Ainda, o coordenador informou sobre um problema de repasse de salários, em que os professores que possuem o regime de suplementação de suas horas de trabalho, receberão apenas neste mês o valor correspondente às horas trabalhadas em fevereiro.

– Professores que hoje fizeram contrato de 20 horas semanais, mas têm interesse e disponibilidade de ampliar essa carga horária, inscrevem-se em editais e dão suas aulas. E nós sabemos no que isso acarreta, há um acúmulo de vencimentos de alguns meses, o que gera um contracheque maior e os descontos de imposto de renda acabam “comendo” parte da renda desse profissional, e isso não pode acontecer – denuncia o coordenador.