Diário de SM: Rachaduras na EMEI Luizinho De Grandi comprometem estrutura da escola

* Por Eduarda Paz. Foto de Eduardo Ramos

Em maio de 2023,a Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Luizinho De Grandi completa 35 anos. Localizada na Cohab Santa Marta, está desde 2021 com problemas estruturais e preocupa, cada vez mais, os professores e os pais de alunos, por conta da insegurança. Ao retornarem do período de recesso, no mês de janeiro de 2023, as rachaduras aumentaram e estão pelo teto, paredes, chão e janelas da escola. A diretoria ainda não sabe se os alunos vão poder retornar em 23 de fevereiro. A prefeitura de Santa Maria diz que avalia a situação e que considera deslocar os estudantes para uma escola próxima.

Em agosto de 2021, ao retornarem para o sistema híbrido, já foi constatado o aumento dos problemas estruturais e um processo informando a situação foi enviado à Secretaria de Município da Educação (Smed). Conforme adiretora da Emei Luizinho De Grandi, Andreia de Mello Buss, 45 anos, representantes da Smed já fizeram duas avaliações nestes dois anos:

– Em 2021, o engenheiro constatou que podíamos voltar para o sistema híbrido. Mas as rachaduras começaram a aumentar de forma muito rápida. Na outra visita, foi constatado que a escola não tem vigas e as rachaduras são ocasionadas pela seca, porque diminui o volume do lençol freático e afeta o terreno.

Insegurança e incertezas na volta às aulas

As rachaduras que começam no teto, se espalham pelo chão estragando o piso. As falhas passam por toda a fachada e já afetam algumas janelas. As rachaduras são na horizontal, vertical e transversal. Em novembro de 2022, a diretoria da escola reuniu-se com representantes da Secretaria de Município da Educação para pedir um laudo técnico com urgência para poder avaliar a volta às aulas em fevereiro de 2023.

– Quando retornamos agora do recesso, em janeiro, a situação ficou mais preocupante. As rachaduras aumentaram consideravelmente. Ainda estamos esperando a visita do engenheiro para avaliar a estrutura. Parece que as paredes estão se deslocando. Algumas janelas já não fecham mais, por causa das rachaduras – explica a diretora da escola.

Dentro do corpo docente, uma professora já pediu transferência porque se sentia muito insegura em estar na escola. A docente Carolina Pigatto, 43 anos, atua há uma década na escola. Ela comenta que o medo é constante pelas crianças, e como a estrutura não têm vigas, fica preocupada que qualquer temporal possa danificar ainda mais o prédio. Já a professora Adriane Oliveira da Costa, 47 anos, dá aula em uma das salas com mais falhas estruturais da escola:

– Um dos brinquedos fica perto de uma das janelas que já estourou o vidro, por causa das rachaduras. Estamos com crianças, são vidas, nossa preocupação é bem grande.

Por enquanto, toda a situação é de incerteza pela volta às aulas. O empresário Marcelo Chaxim, 40 anos, pai do estudante José Felipe, 5 anos, relata que a situação precária assusta, porque a escola é a segunda casa das crianças.

– A qualquer momento posso receber uma ligação avisando que o meu filho se machucou porque caiu um pedaço de concreto, ou algo parecido. É bem preocupante. Isso faz parte dos órgãos públicos resolverem os problemas. Além disso, não sabemos a situação da volta às aulas, se o s alunos vão ser realocados e para onde? Quando deixamos os pequenos na escola, sempre achamos que eles devem estar em segurança.

Suporte

O Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm) acompanha a situação de várias escolas da cidade ao longo dos anos. Os problemas da Escola Municipal Luizinho De Grandi chegou até a Sinprosm em 2022.

–  Viemos acompanhar, dar um suporte para a direção, professores, todos estão muito preocupados. Nós, como sindicato, estamos aqui para isso: ajudar a divulgar essa situação. Além disso, cobrar medidas da prefeitura de Santa Maria, porque as aulas já vão começar – afirma a coordenadora de educação infantil do SinprosmDeisi da Silva, 27 anos.

Resposta da Secretaria de Município da Educação

Em resposta, a Secretaria de Município da Educação pronunciou-se por meio de uma nota, leia na íntegra:

A partir de reuniões realizadas entre a Secretaria de Educação e a equipe gestora da EMEI Luizinho de Grandi, servidores do Setor de Obras da Superintendência Administrativo-Financeira da Secretaria realizaram vistoria técnica, na qual foram constatadas patologias na estrutura. Uma nova vistoria para elaborar o projeto estava prevista para janeiro, mas devido ao período de férias da escola, não foi realizada.

Essa vistoria será reagendada para até o começo da próxima semana. A partir deste novo laudo técnico é que se poderá chegar a uma solução definitiva, a qual propostas já vêm sendo analisadas. A principal delas é o deslocamento dos estudantes para escolas do entorno daquela região, como a Escola Estadual Augusto Ruschi, a qual o Município mantém convênio.

Com isso, a Secretaria reforça que está tomando todas as medidas necessárias para que  as crianças da comunidade sejam atendidas e tenham garantido o direito de aprendizagem.

Após as definições, e uma vez a comunidade escolar informada sobre elas, retornamos a manifestação aos veículos de comunicação.

 

* Confira a matéria no original em https://diariosm.com.br/rachaduras-na-estrutura-da-emei-luizinho-de-grandi-traz-cenario-de-incertezas-na-volta-as-aulas/