No final do dia de paralisação, centenas de professores municipais foram à rua em Santa Maria

Após um dia de paralisação com participação ampla na categoria, centenas professores do município foram à Praça Saldanha Marinho em protesto contra as irregularidades na educação pública gerida pela prefeitura. Centenas de professores se reuniram na praça desde as 16h em um ato que culminou no trancamento por 13 minutos da Rua Venâncio Aires em frente ao Palacete da SUCV, onde fica o gabinete do prefeito Cezar Schirmer – o número representa o reajuste deste ano do Piso Nacional do Magistério, de 13,01% e que ainda não foi pago pela administração municipal.

A avaliação da diretoria do Sinprosm é que tanto a paralisação quanto o ato tiveram ampla participação da categoria. Na manhã de hoje, o sindicato entrou em contato com várias escolas do município. Das 77 instituições, 36 confirmaram paralisação, dez paralisaram em um dos turnos, 18 seguiram as atividades normalmente e 13 não atenderam às ligações do sindicato – o que pode indicar que não abriram as portas. A paralisação, entretanto, não significou que os professores ficaram em casa: em diversas escolas houve reuniões dos docentes para tratar de questões relativas à categoria – onze colégios enviaram à coordenação os relatos dos encontros. A coordenação havia proposto um texto para nortear as discussões e pediu que as escolas compartilhassem os debates pelas redes sociais do Sinprosm. Outro indicativo da extensa adesão das maiores escolas do município – como a EMEF junto ao CAIC Luizinho de Grandi, a Duque de Caxias, a, a Adelmo Simas Genro e a Irmão Quintino – à paralisação.

A coordenação do sindicato pondera que houve duas razões fundamentais para a larga participação: a insatisfação geral que há na categoria em relação à administração da rede e a forma democrática na qual o processo de mobilização foi construído. Em relação ao desagrado com o governo, a professora Mariane Denardin, da coordenação do Sinprosm, pensa que “o professor está sufocado pela falta de condições de trabalho, pela precariedade das escolas e pelas ameaças da administração”. Para Paulo Merten, coordenador de Formação Sindical e Comunicação, o histórico da categoria também contou para que as mobilizações fossem efetivas: “o ato de hoje fez jus à história de campanhas e mobilizações dos professores municipais. Além disso, as pessoas perceberam a franca deterioração e o abandono da rede”. Os sindicalistas também atribuem à democracia interna – pelo fato de as estratégias terem sido construídas coletivamente a partir de reuniões e assembleias – o sucesso da paralisação.

Além do reajuste salarial, a categoria pede também uma solução para a falta de professores que atinge quase todas as escolas da rede, a reforma urgente de algumas instituições com graves problemas estruturais, a possibilidade da realização de reuniões pedagógicas durante o turno de trabalho, a destinação de 1/3 da carga horária para o planejamento de aulas e um plano de saúde compatível com a renda dos funcionários do município.

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