Professores municipais em operação tartaruga até o final de agosto

Com representatividade e forte debate, a assembleia geral extraordinária do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria decidiu por avançar em sua luta pela valorização salarial. Está deflagrada, durante o mês de agosto, a chamada operação tartaruga, modalidade de movimento grevista em que os trabalhadores reduzem o número de horas trabalhadas por dia.

Não houve cadeiras suficientes no salão de atos do Colégio Estadual Manuel Ribas para acomodar a todos os professores presentes na tarde desta segunda-feira (31). O relato da mais recente reunião com o prefeito Jorge Pozzobom, feito pela coordenadora Juliana Moreira e a vereadora e professora Luci Duartes – Tia da Moto, em que houve a afirmação por parte do prefeito de que o reajuste virá após o final de agosto no índice reivindicado, não arrefeceu os ânimos. “Mesmo que ele tenha feito esse compromisso à coordenação, à Luci e aos colegas aposentados presentes, não temos nada garantido. Precisamos ficar mobilizados e acompanhar todos os passos até que o projeto chegue na Câmara”, alerta Juliana.

Grande parte das escolas paralisou as atividades durante a tarde, de forma a fortalecer a decisão da assembleia. Esta veio após muito debate, em que a estratégia a seguir foi o ponto principal, com as principais opções sendo a continuidade do Estado de Greve, operação tartaruga e deflagração de greve com paralisação total. Cada escola definirá como será o seu formato de redução, respeitando a realidade de cada comunidade escolar. A coordenação sindical deverá oficiar o governo nesta terça-feira (1) sobre a decisão da assembleia.

Uma plenária de avaliação da operação tartaruga será realizada em 24 de agosto. Foram definidas também a continuidade do boicote às atividades da Secretaria de Educação; intensificação da campanha de mídia; ampliação da comissão de mobilização; participação de movimento programada para o Dia do Estudante; E paralisação com mobilização em frente à Prefeitura em 31 de agosto. “A cada enrolação do Governo Pozzobom e Décimo, a indignação aumenta. Já são cinco meses de atraso e só temos conversa, nada de concreto. Os responsáveis por chegarmos a esse ponto são eles”, reflete o coordenador de Comunicação e Formação Sindical, Rafael Torres.

A categoria reivindica reajuste emergencial de 14,95%, mesmo aumento concedido ao piso nacional dos professores em janeiro. O Sinprosm defende que o salário básico dos professores está 60% abaixo do piso nacional. A data-base do funcionalismo municipal é março.

JURÍDICO

Antes da pauta principal, o assessor jurídico do Sinprosm, Giorgio Forgiarini, da FLS Advocacia, apresentou uma nova proposta de ação judicial, tendo como objeto a retirada das vantagens temporais dos vencimentos pagos aos professores que trabalham em regime suplementar (RST) e regime especial (RET). Seria uma ação de danos morais, tendo em vista a falta de comunicação prévia da mudança. “Temos relato de professores que tiveram problemas graves pela perda financeira inadvertida pela mantenedora. Isto é passível de danos morais”, argumenta.

A proposta de ação coletiva para reparo de danos morais individuais homogêneos foi aprovada por ampla maioria.